segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Carícias

Inunda meus sonhos de carícias
e poisa em meus lábios ardentes
o beijo com que te delicias
no ardor que tu própria sentes.

Dorme na minha imaginação
um amor triste e esquecido,
amarrado por laços à solidão
à espera de outro amor perdido.

Abre as portas da tua mansão
e deixa que ela sirva de abrigo
a um amor que no teu coração
encontre finalmente um amigo.

Invoca amor minha boca
sedenta da tua boca e beijos
que presa a uma paixão louca
implora penitentes desejos.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Talvez um dia

Apaga meu ardor com beijos
e enche minha alma de ternura,
acende em mim loucos desejos
que me afoguem em mar de ventura.

Deixa que teu corpo de encanto
se albergue na minha imaginação
e me cubra com sagrado manto,
tecido em eterna e louca paixão.

Embala-me no teu colo de menina
com sentidas e fortes emoções,
acolhe-me na tua alma pequenina
e abriga meus segredos e emoções.

Estende para mim teus braços
e recebe em tuas mãos meu amor
que sem morada e em pedaços
vive em mar de lágrimas e dor.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Labaredas

Sinfonia de labaredas lambe os altos pinheirose engole o brilho esmeraldino,transformando-o em braseiros.No negrume das serras arde o corpo e a alma num altar de cinzas deixadas pelas chamas,onde o ventos sussurram por entre nus penedos.Soluça o pinhal com brados cheios de dor,cai nas chamas a vida e afunda nos escombros consumida pelo horror.Secam nas serras as fontes que alimentavam ribeiros,morre a floresta queimada no fogo ardente perdida em dias de angústia e cinza pelos valados e outeiros.Ao ver-me na solidão e desolado com a tristeza,percebi que tua ausência se perdera na distância bem longe do meu olhar.Lavrava em mim a amargura de não amar tua beleza,turvaram os meus olhos e a minha boca emudecida contagiada pela incerteza deixou a palavra adormecida no limiar da minha razão.Se o silêncio ateia a dor do distante coração que a mágoa dura e fria arda na chama amarga do fele, queime toda a minha solidão e todo o meu negrume de agonia,inundando minha vida de outro amor e outra paixão.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

VIDAS

Que boca a minha boca beijou,
que corpo minhas mãos tocaram,
que mágoa no teu coração se alojou
que sem brilho teus olhos ficaram.

Que paixão nos uniu e morreu,
que lança nosso amor matou,
que muro entre nós se ergueu
que para sempre nossas almas separou.

Que cruz carregámos toda a vida
que aos ombros transportámos vergados,
que caminho ou rota desconhecida
que nos arrastou para rumos errados.

Que encontraremos no final da estrada
que percorremos até à morte certa,
que haverá para lá desta caminhada
que nos conduzirá a parte incerta.